Filosofia e cinema formam um casal inseparável, como teatro e tragédia.
A maioria dos filmes pode, assim, prestar-se a uma análise dos conceitos de que tratam. Defendemos o viés de que um filme é sempre uma posição sobre o mundo, uma “Weltanschauung” como dizem os filósofos alemães.
O cinema não ignorou nenhuma das grandes questões filosóficas: Deus, espírito, verdade, intersubjetividade, política ou metafísica foram todos objeto de tratamento cinematográfico. E isso não se deve ao acaso: de Charlie Chaplin a Woody Allen ou Ingmar Bergman, os cineastas são leitores fervorosos de filosofia. Aqui está uma lista de grandes filmes filosóficos e questões filosóficas relacionadas.
Filmes dos anos 2010
Denis Villeneuve: A chegada
Villeneuve encena a chegada dos OVNIs à Terra. Assunto muitas vezes tratado, mas nunca desta forma. Com efeito, longe do entretenimento, Villeneuve aproveita esses seres de outros lugares para colocar a questão da alteridade e da difícil comunicação entre os sujeitos. O resultado é profundo e avassalador.
Tópicos: comunicação, alteridade, morte
Christopher Nolan: Interestelar
Filme de ficção científica de aparência grandiosa, Interstelar é na verdade um magnífico filme de tese, que propõe uma visão do tempo (entre eternos retornos e rupturas), do patrimônio e da condição humana.
Tópicos: tempo, condição humana, legado
Bong Joon-ho: Expresso do Amanhã
Expresso do Amanhã (The Snowpiercer em inglês), um filme adaptado de uma história em quadrinhos francesa, se passa em um futuro pós-apocalíptico onde a humanidade foi dizimada por uma era do gelo. Os sobreviventes vivem em um trem que nunca para e é o único refúgio de sobrevivência possível. Este trem é um fato, uma dupla metáfora:
- a da desigualdade, já que os ricos vivem no luxo nos vagões da frente, as pessoas vivendo em condições precárias atrás: o herói, portador da luta de classes, terá a missão de remontar o trem para libertar seus pares
- o da velocidade: este trem em movimento perpétuo representa o mundo correndo para sua própria perda, incapaz de entender que a vida é possível fora de seu modelo. O urso polar visto no final do filme designa essa vida possível, essa alternativa.
Fincher nos habituou à crítica social: de Fight Club a Social Network, o diretor retrata uma América decadente e ociosa. Em Garota Exemplar (Gone Girl em inglês), ele aborda a mediocracia e o casal moderno. Todos os personagens são desprezíveis (Amy, uma mitomaníaca, seu marido Nick que a trai, os jornalistas, ávidos por furos) e vivem sob o reinado da aparência.
Morten Tyldum: Passageiros
Neste filme de ficção científica que narra a emigração de passageiros da terra para um novo planeta, uma viagem que dura 90 anos e durante a qual os passageiros mergulham num sono profundo, um deles acorda prematuramente. Único passageiro acordado há 2 anos, ele opta por quebrar sua solidão “acordando” outra passageira, condenando-a assim a viver, ou melhor, a morrer, durante esta travessia. O filme descreve, por vezes com fortes clichês claro, a vertigem da solidão, a dificuldade em fazer escolhas e o seu carácter irremediável.
Filmes dos anos 2000
Michel Gondry: Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças
O filme retrata um amor fracassado, o de Joel e Clémentine, que se amaram e se separaram por anos, ajudados por uma tecnologia que permite que eles se esqueçam a cada separação. Mas, como no Eterno Retorno de Nietzsche, eles constantemente se apaixonam um pelo outro. Michel Gondry parece apresentar a seguinte alternativa: ou o esquecimento para afirmar a vida presente, ou a memória para permanecer-se. Nessa dialética, seus personagens escolhem a vida.
Eles escolhem a intensidade da vida em vez da sabedoria enfadonha com a qual não sabem o que fazer. Podemos dizer que Joël e Clémentine são personagens nietzschianos porque são puros devires, transcendência do sofrimento, enfim, pura afirmação da vida.
Tópicos: amor, memória, destino, identidade
David Fincher: Clube da Luta
Fincher entrega com Clube da Luta um filme com dupla ambição: social, por meio de sua crítica à sociedade de consumo, e existencialista, por meio da invenção moral, identidade de seu personagem principal, Jack.
Questões filosóficas: consumo, modernidade, identidade
Christopher Nolan: A Origem
Filme totalmente metafísico, A Origem faz a pergunta, sem respondê-la, de saber se a realidade é, constituindo uma espécie de posição de ceticismo radical.
Questões filosóficas: sonhos, amor, realidade
Christopher Nolan: Amnésia
Leonard é vítima de uma amnésia muito particular, ou melhor, de uma memória muito efêmera. Ele tenta encontrar sua identidade. Mas através desta busca impossível, é o espectador que constitui a sua identidade, que o “constitui” no sentido fenomenológico. A tese é clara: a identidade é uma criação dos outros, e não autônoma do sujeito por si mesmo.
Tópicos: memória, identidade, moral
Paul Thomas Anderson: Sangue Negro
Filme catedral que retrata a vida de um petroleiro na América dos anos 1920, Anderson aproveita esse tema de ouro para tratar da luta entre capitalismo e religião, uma das quais só sobrevive subjugando a outra, retificando assim o nascimento do capitalismo moderno nos Estados Unidos.
Tópicos: religião, capitalismo, filiação
Woody Allen: Ponto Final
Além da temática Eastwoodiana de As Pontes de Madison (dificuldade em escolher entre o amor-paixão e o dever conjugal), Match Point traz para a tela a questão do super-homem, tema presente em Nietzsche e Dostoievski, este homem capaz de inventar sua própria moral categorias. A parábola sobre o papel do acaso na vida também é interessante, porque derrota os defensores de uma vontade inabalável e onipotente. Tanto no crime como na virtude, é preciso um pouco de sorte para triunfar, diz-nos Woody Allen, no fundo alegremente irreverente.
Filmes dos anos 1990
Terry Gilliam: Os Doze Macacos
Qualquer resumo seria redutivo. Observe que Terry Gilliam retrabalha os temas recorrentes de sua obra no Os Doze Macacos : a sociedade totalitária, a biopolítica, os excessos do cientificismo. Gilliam oferece uma visão pessimista da história onde, apesar de todas as boas intenções, as sementes do mal já estão presentes e nada pode impedir um futuro totalitário de acontecer.
Questões filosóficas: tempo, destino, totalitarismo
Sam Mendes: Beleza Americana
Sam Mendes produz com American Beauty uma crítica à sociedade americana. Lester (interpretado por um ótimo Kevin Spacey) representa esse homem comum, com ambições medíocres, querendo transmitir uma imagem de sucesso, mas constantemente alcançando o vazio de sua existência. A única saída para “se livrar da carga”, fuga estética, através da sedução de um adolescente e amigo de sua filha, que lhe dará um semblante de esperança.
Tópicos abordados: cotidiano, desespero, tédio
Martin Scorsese : Cassino
Para Scorsese (que quase virou padre), o cassino é uma metáfora: a da escuridão humana. O personagem principal, um chefe de cassino interpretado por Robert De Niro, é um ser ganancioso, vil e paranóico. Diante dele, Ginger (Sharon Stone), uma prostituta que se casa com ele por interesse, representa ainda pior: niilismo, amoralismo e egoísmo. Juntos, eles são os símbolos da sociedade americana, que se tornou um jogo, um simulacro.
Assuntos abordados: jogos de azar, entretenimento, ambição, solidão, entretenimento.
Peter Weir: O Show de Truman
Truman Show é um projeto ambicioso, embora tipicamente hollywoodiano. Truman, o personagem principal, interpretado por Jim Carrey, não tem uma existência comum, ele é o protagonista de uma série desde a infância. Claro, só ele não sabe que seu mundo é falso. Mas aos poucos ele descobrirá que algo está errado neste mundo de papelão. O filme retoma o famoso questionamento de Descartes sobre a realidade do mundo. O segundo grande tema do filme é a crítica da sociedade do espetáculo, na veia de Guy Debord.
Sujeitos da filosofia: mídia, identidade
Andrew Niccol: Gattaca
Filme de antecipação, Gattaca trata da eugenia, ilustrando perfeitamente a incompatibilidade entre a escolha do nascimento e o autodeterminismo.
Questões filosóficas: eugenia, tecnologia, ética
Darren Aronofsky: Réquiem para um Sonho
Um filme denso e sufocante, Réquiem para um sonho é um retrato ácido da modernidade. Os personagens são pegos no turbilhão de seus vícios (4 personagens cada um tendo “seu” vício: TV, dieta, drogas, sexo). O filme tem poucas esperanças de modernidade, com cada um dos personagens descendo às profundezas de seu próprio abismo.
Assuntos relacionados: vício, modernidade
Keye Tony: A Outra História Americana
American History X não é apenas um filme sobre racismo, é sobretudo a história da recusa da predestinação. Tudo predestina Danny (seu irmão nazista, o ódio deixado pelo pai, um ambiente escolar marcado pela segregação etc.) a seguir os passos do ressentimento racial, mas ele acaba optando pela tolerância. Tarde demais, ele acabará baleado em sua escola.
Questões filosóficas: racismo, tolerância, perdão
Wachowski: Matrix
Esta é a famosa questão da realidade e da ilusão, em suma, a questão epistemológica por excelência, tratada por Matrix, tingida de platonismo.
Questões filosóficas: realidade, identidade, modernidade
Amenabar: Abre los ojos
Um filme magistral, mas complexo, Abre los Ojos (do qual Vanilla Sky será o remake) de Amenabar levanta brilhantemente a questão da identidade. Seu personagem, sem dúvida esquizofrênico, acredita ter perdido o rosto e, como corolário, a identidade. Perdido em si mesmo, a confusão entre sonho e realidade torna-se total.
Tópicos relacionados: realidade, identidade
Michael Mann: O Informante
Na tradição dos Todos os Homens do Presidente (sobre o Watergate) e do jornalismo vigilante em geral, o filme trata da luta de um jornalista (Al Pacino) e sua fonte (Cameron Crowe) contra a indústria do tabaco. Diante deles, todos os poderes (os dos lobbies, das finanças, da política) se levantarão. O filme relembra a importância do equilíbrio das instituições e o papel do quarto poder (jornalismo) para ajudar a restaurá-lo, como teorizou Montesquieu.
Assuntos relacionados: poder, política, jornalismo
Terence Malick: Além da Linha Vermelha
Além da Linha Vermelha é um filme ao mesmo tempo muito duro (pelas cenas de guerra simples) e muito poético (através da narração do narrador e do herói e uma encenação muito lenta). É claro que é um filme pacifista denunciando o absurdo das lutas, como poderia ser Os Caminhos da Glória de Kubrick, colocando constantemente a natureza acima das vãs atividades humanas.
Mas o seu interesse reside sobretudo na partilha das questões do herói (podemos ser leais? o amor pode durar? deve a verdade ser dita?) tornando o filme um trabalho interior de muito sucesso
Danny Boyle: Trainspotting
Danny Boyle fez da pintura da Inglaterra de Thatcher seu tema favorito. A miséria social e o vazio existencial são o destino de um grupo de amigos que rapidamente cai no consumo de heroína. Ao final dessa descida ao inferno, Boyle não consegue salvar seus personagens: o cinismo prevalece. Esta citação é testemunha disso:
Escolha seu futuro, escolha a vida. Por que eu faria tal coisa? Escolhi não escolher a vida, escolhi outra coisa. As razões ? Não há razão. Você não precisa de um motivo quando tem heroína.
Questões filosóficas: vício, destino
Filmes dos anos 1980
Clint Eastwood: Bird
O lugar deste filme nesta lista é, sem dúvida, discutível. Mas o interesse filosófico do filme do cliente Eastwood sobre o jazzman Charlie Parker reside na representação da condição do artista, ao mesmo tempo que da condição negra nos Estados Unidos.
Questões filosóficas abordadas: música, destino, vício
Martin Scorsese: Touro Indomável
Biografia de Jake La Motta, campeão de boxe na década de 1950, a história de Raging Bull é a de um fracasso escrito antecipadamente, a do primado da força do destino sobre a vontade individual. Jake é um ser dotado, mas roído por tendências à autodestruição, acabando por ser obeso e chefe de uma boate miserável, incapaz de olhar para trás, de entender que desperdiçou a vida.
Tópicos Relacionados: Destino, Resiliência
Jean-Jacques Annaud: A Guerra do Fogo
Filme quase mudo (sem diálogos compreensíveis), La guerre du feu narra a vida dos primeiros homens, mas é sobretudo uma oportunidade para Annaud voltar ao que é o homem. A condição retratada da humanidade é dupla, fraca diante da natureza, mas também forte graças à aquisição da técnica e, portanto, do conhecimento.
Questões filosóficas: a humanidade, a condição humana
Filmes dos anos 1970
Stanley Kubrick: Laranja Mecânica
Laranja Mecânica é um filme profundamente freudiano, até sadiano. Kubrick descreve um psicopata conscientemente fazendo o mal com o mal (refutando assim a ideia socrática de que o mal é a ignorância do bem). A sociedade tenta, em vão, erradicar essa violência: o homem é violento, naturalmente, e não adianta tentar mudá-lo.
Questões filosóficas relacionadas: violência, sociedade
Filmes dos anos 1960
François Truffaut: Jules e Jim – Uma Mulher para Dois
Neste clássico da Nouvelle Vage francesa, inspirado no romance de Henri-Pierre Roché, uma visão boêmia e não burguesa do amor é retratada pelo trio de dois amigos (Jules e Jim) e Catherine (interpretada por Jeanne Moreau), ambos do que um filme sobre o a amizade indestrutível de dois homens. Apesar do trágico fim de Catherine (que acaba por se suicidar), Jules et Jim é uma ode ao turbilhão da vida, a esta incerteza que deve ser abraçada e não afastada.
Questões filosóficas: amor, paixão
Jean-Luc Godard: O Desprezo
O tema principal abordado por Godard é bastante pessimista: a impossível comunicação dos seres, por meio de um casal em dificuldade. É literalmente um filme fenomenal, que não procura furar, porque é impossível, a interioridade dos homens.
Questões filosóficas: tédio, amor, ciúme
Filmes dos anos 50
Sydney Lumet: 12 Homens e uma Sentença
O personagem principal (interpretado por Henry Fonda) incorpora o senso de justiça, a recusa da corrupção moral. A tese do filme é profundamente otimista: diante do preconceito, da ausência de razão, pode prevalecer o sistema judiciário, baseado no logos, na discussão, no raciocínio.
Questões filosóficas relacionadas: pena de morte, justiça
Filmes dos anos 40
Orson Welles: Cidadão Kane
Indiscutivelmente um dos filmes mais influentes do cinema, Cidadão Kane, de Orson Welles, apresenta um chefe de imprensa moribundo e oferece uma brilhante reflexão sobre o conflito entre poder e felicidade, entre gravidade e infância.
Tópicos relacionados: mídia, poder
René Clair: A Beleza do Diabo
A Beleza do Diabo é uma variação do tema de Fausto. As questões da morte e da eterna juventude são, portanto, abordadas. O jovem Gérard Philippe escolheu ali, graças a um pacto com Méphistophélès, a vã vida de glória.
Assuntos relacionados: metafísica, a condição humana
John Ford: As Vinhas da Ira
Adaptado do romance de Steinbeck, o filme fala da América da miséria e da injustiça, uma América incapaz de realizar o sonho americano de auto-invenção.
Tópicos relacionados: morte, miséria, esperança
Flemming: Doutor Jekyll e Sr. Hyde
Adaptação do romance clássico de Robert Louis Stevenson, o filme acentua a questão da alteridade dentro do próprio sujeito. O homem, longe de estar em uma situação de controle, de plena consciência, ignora a si mesmo e foge através do personagem do médico. É também uma reflexão sobre a dualidade do bem e do mal, o homem carregando ambos dentro de si consubstancialmente.
Assuntos relacionados: inconsciente, violência, sexo
Filmes dos anos 1930
Jean Renoir: A Grande Ilusão
Lançado em 1937, La Grande Illusion de Jean Renoir evoca a Primeira Guerra Mundial do ponto de vista dos prisioneiros franceses. Filme antiguerra por excelência que procura demonstrar o seu absurdo, A Grande Ilusão é também um filme humanista, mostrando como os indivíduos que se opõem a tudo (nacionalidades, visões de guerra, relação com o patriotismo, classes sociais) estão na realidade ligados ao mesmo sentimento de fraternidade.
Questões relacionadas: guerra, poder, solidariedade
Jean Renoir: A Besta Humana
Adaptado do romance de Zola, A Besta Humana traz para o cinema os temas filosóficos caros a Zola: o lugar da hereditariedade e, além disso, do destino. Lantier, psicopata maquinista (metáfora do desejo galopante), é a expressão do desejo cego. Para seduzir uma mulher, ele não hesita em matar seus rivais, depois a mata e acaba se suicidando.
Questões relacionadas: instintos, mulheres, inconsciente
Fritz Lang: M O Amaldiçoado
M Le Maudit de Fritz Lang é uma soberba reflexão sobre o lugar do mal, contando a história de uma cidade que vive sob o terror de um serial killer de crianças. O título original do filme (alterado sob pressão do poder nazista), The Assassins Among Us, nos fala sobre a intenção de Lang: expor a decadência moral da civilização. Nisso, o tema da alienação se junta a uma de suas obras-primas, Metropolis.
Assuntos relacionados: Mal, Moralidade
Charlie Chaplin: Tempos Modernos
Os Tempos Modernos de Chaplin são um discurso anticapitalista. Descreve a vida de um operário de linha de montagem, ele próprio mecanizado, alienado do sistema de produção. As referências a Marx são inúmeras, mesmo que Chaplin pareça duvidar da possibilidade de encontrar um sistema econômico alternativo (veja o burlesco da luta dos trabalhadores).
Questões relacionadas: trabalho, liberalismo, capitalismo, alienação, marxismo
Frank Capra: Sr. Smith no Senado
Frank Capra e seu principal epônimo, interpretado por John Stewart, denunciam a corrupção da democracia americana, mantida por lobbies e uma imprensa que perdeu sua função crítica. A mensagem de Capra parece bastante ingênua: MP Smith, do povo, não do harém de Washington, consegue derrubar MPs corruptos com um senso intacto de justiça e valores democráticos.
Questões relacionadas: poder, política
Filmes dos anos 20
Friedrich Wilhelm Murnau: O Último dos Homens
Neste filme mudo de 1924, Murnau evoca as torpezas do destino e a questão da dignidade humana. Um porteiro de um grande hotel, inicialmente respeitado por todos, é relegado à limpeza, vítima do desprezo dos funcionários. O epílogo é inesperado: ele se torna bilionário por uma combinação de circunstâncias, mas permanece isolado de todos, exceto daquele que lhe mostrou compaixão, sua substituição como porteiro.Temas filosóficos: intersubjetividade, solidão, condição humana, perdão.
Charlie Chaplin: O Garoto
The Kid é um filme soberbo que evoca o tema da paternidade. Para além do aspecto biográfico (Chaplin sem dúvida exorciza o seu próprio abandono), o filme evoca a dureza da sociedade, a paternidade constituindo uma espécie de refúgio contra a Alteridade anónima. Contra a violência social, o amor paternal, o sentimento filial oferece uma solução.
Temas filosóficos: paternidade, condição humana
Fritz Lang: Metropolis
Filmado durante a República de Weimar, Metrópolis é uma fábula de antecipação. Lang retrata o provável futuro da Alemanha marcado pela desumanização, ansiedade e empobrecimento das populações provocado pelo capitalismo. De inspiração marxista desiludida, Langjeu encena a revolta popular condenada ao fracasso (no final do filme, o status quo é restabelecido).
Temas filosóficos: política, poder, sociedade de consumo, totalitarismo