A Filosofia de Aristóteles

Da Física à Metafísica passando pela Moral: a filosofia de Aristóteles

 

Índice

1 Da Física à Metafísica passando pela Moral: a filosofia de Aristóteles

2 Aristóteles e a Lógica: os princípios fundamentais da Lógica

3 Aristóteles e a Física

4 Metafísica de Aristóteles

5 Moralidade e Política em Aristóteles

6 Conclusão sobre Aristóteles

 

1 Da Física à Metafísica passando pela Moral: a filosofia de Aristóteles

Aristóteles – famoso filósofo grego – foi aluno de Platão e também seu crítico, especialmente, no que tange a teoria das ideias.

A obra de Aristóteles reside essencialmente na Física, na Metafísica (termo originário de Andrônico de Rodes no século I a.C.), na Ética, na Retórica e na Poética.

Pesquisador e professor ao mesmo tempo, Aristóteles sistematizou todo o conhecimento de sua época. Foi a sua mente brilhante que moldou os quadros lógicos, teóricos, políticos do conhecimento e dos quais continuamos a apropriar-nos ainda hoje. Ele permanece, sobretudo, como o criador da lógica.

2 Aristóteles e a Lógica: os princípios fundamentais da Lógica

Lógica:

Este termo é desconhecido para Aristóteles que, no entanto, é o autor da primeira doutrina lógica sistemática, determinando quais operações da mente são válidas e quais não são. Este estudo é conduzido de um ponto de vista formal, ou seja, independentemente do conteúdo em si. Os tratados de lógica de Aristóteles (Primeiro Analítico, Segundo Analítico, etc.) foram coletados no século II d.C. Aristóteles, nesta obra lógica, centra-se na demonstração do pensamento, ou seja, no silogismo partindo de premissas verdadeiras e primárias e procedendo de forma científica e rigorosa.

Silogismo:

O que significa o termo silogismo? Um discurso no qual, afirmando-se certas coisas, algo diferente desses dados resulta necessariamente do mero fato desses dados (por exemplo, Sócrates é um homem: todos os homens são mortais; portanto, Sócrates é um mortal).

A Lógica de Aristóteles é, acima de tudo, um estudo do silogismo; mas o filósofo também estudou a proposição.

Proposição:

Expressão de um julgamento em palavras. Aristóteles afirmou que a ciência se baseia em um conjunto de julgamentos e proposições.

Ciência:

Conceito também desenvolvido por Aristóteles como sendo o sistema em que tudo o que se conhece decorre necessariamente de primeiros princípios. A ciência representa um tipo de conhecimento universal.

O Universal:

Designa, em Aristóteles, o que se aplica a todos os casos. Para chegar à ciência, não se deve de forma alguma negligenciar a indução.

Indução:

Consiste na passagem dos casos particulares aos casos gerais ou, ao que é universal.

A Não-contradição:

Finalmente, Aristóteles afirmou o princípio da não-contradição. É o princípio segundo o qual é impossível que um mesmo atributo pertença e não pertença ao mesmo tempo, ao mesmo sujeito e na mesma relação, assim como a do terceiro excluído.

O Terceiro excluído:

Significa o princípio segundo o qual, dentre duas proposições contraditórias, uma é verdadeira e a outra falsa.

Pela sua formalização lógica e pela afirmação dos princípios fundamentais que estruturam o nosso pensamento, o Organon e a reflexão lógica de Aristóteles ocupam um lugar central na filosofia.

3 Aristóteles e a Física

a) Causas e acaso

A física lida com a “Physis”, isto é, com a natureza, e considera realidades não imutáveis ​​(em oposição à metafísica, da qual falaremos um pouco mais tarde, e cujo objeto é estável e eterno).

Estuda em particular as causas da mudança na Natureza, sendo a causa definida como aquilo que responde à pergunta “porquê?”.

Existem quatro tipos de causas para conhecer e compreender a produção da realidade:

  • Causa material: do que uma coisa é feita;
  • Causa formal: modelo e forma imanente às coisas;
  • Causa eficiente: o motor ou o agente;
  • Causa final: a razão ou o fim.

Para entender melhor, vamos pegar o exemplo da estátua de Hermes: o mármore é a causa material, a ideia ou forma em funcionamento na mente do escultor, os golpes de cinzel são a causa eficiente e, finalmente, o desejo de dinheiro ou glória são a causa final.

A causa formal é particularmente importante. Quando estrutura a matéria, ou seja, potência e potencialidade, que não se completa, há uma passagem da Potência ao Ato, do virtual ao plenamente realizado. O que é Forma em Aristóteles? o princípio determinando a matéria e trazendo para ela tal essência determinada.

b) A explicação dos vivos

Relaciona-se, para Aristóteles, com a Física. Vem de uma explicação vitalista e não mecanicista. É um princípio vital e uma alma que nos fornece uma chave para a explicação. Ainda assim, não devemos entender mal o significado da palavra alma: que é a forma de um corpo organizado, a faculdade que anima um organismo. Além disso, não pode ser definido independentemente do corpo. Está, de fato, ligada ao organismo e à vida, ou seja, ao fato de nutrir, crescer e definhar de si mesmo.

4 Metafísica de Aristóteles

A metafísica (aquilo que está além do físico) estuda o ser, ou seja, a realidade fundamental, a Forma pura, a Substância que subsiste por trás das modificações dos acidentes. O objeto último da metafísica: Deus, ato puro, no qual todas as perfeições são atualizadas e realizadas. Transcendendo o mundo, Deus o move sem ser movido: ele é o Primeiro Motor e representa a causa de todas as mudanças no mundo. Podemos assim entendê-lo como um ser vivo eterno e absolutamente perfeito.

5 Moralidade e Política em Aristóteles

A moral de Aristóteles, contra Platão, desenvolvida, principalmente, em Ética a Nicômaco, é essencialmente eudemonista, como todas as moralidades da antiguidade: vê na felicidade o fim da vida. Mas o que é “felicidade”?

A felicidade é essencialmente a atividade da razão, consistindo na contemplação: a vida contemplativa corresponde, de fato, ao que há de divino em nós e nos permite compreender o Soberano Bem do homem, ou seja, o Bem por excelência, o bom em si mesmo.

Acrescenta-se a isso o prazer que Aristóteles não negligencia porque o verdadeiro prazer é um elemento da felicidade. Mas como projetá-lo? É a consumação do ato, ao qual se soma, como o esplendor da beleza no auge da idade.

Essa análise moral não pode ser dissociada da política. Como todos os grandes pensadores, Aristóteles unifica a moral, o estudo do que é bom, a Política, a Ciência da cidade. Como dissociá-los, quando o homem é fundamentalmente um animal político, nascido para viver na cidade? Analisando a organização da cidade, Aristóteles aborda as várias formas de governo e distingue três delas (na Política):

  • Chama de Monarquia o Estado onde o comando, dirigido para o interesse comum, pertence apenas a um só;
  • Chama de Aristocracia o Estado confiado a mais de um dentre os cidadãos com formação moral e intelectual;
  • Chama de República o Estado onde a multidão governa por utilidade pública
  • Além disso, para Aristóteles, a realeza pode degenerar em tirania, a Aristocracia em Oligarquia e a República em Democracia.

6 Conclusão sobre Aristóteles

Aristóteles, da lógica à política, trouxe-nos a visão das estruturas que, ainda hoje, informam a nossa existência. A figura do Sábio destaca-se plenamente na sua obra: designa aquele que possui o conhecimento de todas as coisas: um belo ideal.

Marcos Importantes Aristóteles
Nascimento – Morte -384 / -322
Obras Principais Categorias

Metafísica

Física

Política

Poética

Ética à Nicômaco

Conceitos Centrais Justiça, Política, Verdade, Alma, Sabedoria, Bem, Democracia, Política, Metafísica, Moralidade
Influenciado por Sócrates, Platão e Pré-socráticos
Influenciador de Todos os filósofos e, especialmente, Kant, Tomás de Aquino, Kant, Nietzsche, Husserl, Rawls.

 

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